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terça-feira, 17 de abril de 2007

Perguntas que não querem se calar...

O colega Messias tem toda razão: a realidade é dura! Nunca pensei que me chocaria tanto ao ver a realidade do sistema prisional. É de uma falta de humanidade tremenda. Tenho certeza que todos que participaram da visita orientada nessa manhã saíram de lá pensando de uma outra maneira. No mínimo, se questionavam “como pode alguém viver nesta situação?”.
Mas esta é a pergunta de menor relevância, já que o ser humano tem uma capacidade de adaptação gigantesca. Mas outras questões não param de ocorrer. Seria humano manter um condenado naquelas condições? Seria humano manter um suspeito naquelas condições? Seria humano manter um menor naquelas condições? Seria humano manter um pai de família que não tem como pagar a pensão alimentícia de seu filho naquelas condições?
Aterei-me a poucos detalhes para descrever o que vimos nesta manhã, já que não conseguiria, mesmo que tivesse todo o dom da escrita. Celas superlotadas, um odor fétido, presos sem assistência médica alguma. Um ambiente onde, mesmo sem ter competência no assunto, posso garantir que nenhum ser humano sairia recuperado. A palavra “ressocialização” nunca foi ouvida por lá.
Agora, outras perguntas que não querem se calar: Onde estão os famosos “direitos humanos”? E a Lei de Execuções Penais, onde se encaixa neste sistema? Onde estão as garantias fundamentais garantidas pela Constituição?
A Constituição diz que não haverá penas cruéis ou de morte. Sendo assim, tudo o que vi hoje é completamente inconstitucional. Se condenar um ser humano a dormir no chão, junto à umidade, sem assistência médica, em celas sem ventilação, com condições deploráveis de higiene, colocando em risco sua dignidade, não for, no mínimo, pena cruel, não vejo o que possa ser.
É claro que qualquer discurso sociológico neste sentido envolve um pouco de utopia, mas antes ser utópico do que ser inerte perante assunto de tal magnitude.
Pensem nisso...

Um comentário:

Messias Camargo disse...

Com certeza Anderson, "garantias constitucionais" é uma expressão em desuso em vários segmentos de nossa sociedade.

Lastimável...