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terça-feira, 3 de julho de 2007

Uma análise das últimas notícias

Bom pessoal, ultimamente andei ocupado (acreditem...), mas diante do cenário atual, não me contive em expressar a minha opinião sobre os últimos acontecimentos.
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O recente artigo de André Petry, entitulado "Você entregaria seu filho?", me fez analisar de um modo diferente a reação dos pais dos jovens que espancaram aquela doméstica no Rio de Janeiro. Não há, evidentemente, o que se falar sobre a conduta repulsiva destes jovens. Mas a crítica à reação de seus pais não deve ser feita de modo sensacionalista ou hipócrita, como vem sendo feita. Tampouco, a desnecessária exposição da vítima em rede nacional (isso me lembra a história do João Vitor). Não me vejo nesta situação, mas duvido que agiria de modo diverso de que agiu os pais dos garotos. Defenderam seus filhos não só instintamente, mas racionalmente. Duvido, na verdade, que a maioria de nós agiríamos de outro modo.
Em primeiro lugar, a impunidade faz parte de nossas vidas. Estamos no país da mais amarga impunidade. Se – os pais dos garotos devem se perguntar – ninguém vai preso, se o assassino confesso da jornalista Sandra Gomide está livre, se os senadores debocham do país com explicações vergonhosas sobre seus milhões aos borbotões, se as quadrilhas do mensalão, dos vampiros, dos sanguessugas estão todas livres e leves e soltas, por que o meu filho deve ser preso? Por que só o meu filho?
Depois, qual a punição seria justa para eles? Que eles têm que pagar pela sua conduta, não há dúvida. Mas é eficaz e útil que eles sejam submetidos ao deplorável sistema prisional brasileiro? Se – novamente os pais dos garotos devem se perguntar – ninguém vai preso, se as prisões do país são desumanas, por que o meu filho, só o meu filho, deve ser enviado a essa sucursal do inferno? É com prisões assim, transbordando de crueldade e rebaixando homens a animais, que se quer pais entregando filhos criminosos à polícia em nome da justiça?
Não estou, de maneira alguma, defendendo a conduta dos jovens, tampouco defendendo a impunidade deles. Estou questionando a eficácia de toda esta exposição da vítima, dos autores e dos familiares dos autores. E também a hipócrita crítica aos pais dos jovens, que, agindo da maneira que se espera que os genitores o façam, provocaram a mais inútil discussão que ultimamente vi na mídia.
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E o apagão aéreo continua, e os passageiros continuam se submetendo a isso, e nada é feito. O brasileiro tem esta característica: acostuma com tudo e se esquece que aquilo é errado. Viajar de avião, hoje, é um transtorno. Não encaram o passageiro como um consumidor, que pagou caro para estar ali justamente pela praticidade e rapidez que era característico deste serviço. Passou a ser um usuário de serviço público que sempre foi mal prestado (e os brasileiros também se acostumaram com isso). A insubordinação dos controladores de voo e a incompetência do governo em lidar com isso está fazendo o apagão aéreo durar por quase um ano. Isso seria um absurdo em qualquer parte do mundo, no entanto, para o brasileiro "as coisas são assim mesmo!". Não podemos nos acomodar diante desta situação. O governo tem que agir e a população tem que reagir.
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Também nos inclinamos a dizer o famoso "as coisas são assim mesmo!" quando vemos a reportagem que mostra um cidadão que morreu 3 horas após chegar enfartado a um hospital público, sem ter tido o atendimento devido. Ficar 3 horas enfartado em um hospital é normal? Não ser atendido em um hospital público é normal? Não ter o direito básico à saúde e à vida observado é normal?
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Agora algo mais leve: Apenas dois passam na segunda fase do exame da OAB do Amapá. Isso é difícil de imaginar. Um estado da federação ter apenas dois aprovados em seu exame da ordem. Claro que é um estado pequeno e com poucos cursos de direito, já que somente 70 candidatos prestaram a segunda fase do exame. Mas isso é reflexo da qualidade dos cursos jurídicos no país e da exagerada disseminação destes cursos. De 2004 até agora, cresceu perto de 50% o número de cursos de direito no país. Isso mesmo, aumentou pela metade. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), divulgados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), existem, atualmente, 1.038 cursos no país. Em Setembro de 2004 eram 700. São Paulo é o estado com mais cursos: 225. Em Minas Gerais são 129. E no Rio de Janeiro existem cem cursos. Pois é, galera, a concorrência está aumentando.
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Um comentário:

Messias Camargo disse...

Grande Anderson, fica um tempão ausente mas quando aparece, vem com muito estilo e coerência em suas postagem. Parabéns.

É hora de reagir.

Façamos a nossa parte...